lundi 21 mai 2007

3 commentaires:

aframboesa a dit…

Basquiat & Andy é que sim!
:)

mixtu a dit…

negress...
abrazo

Impensamental a dit…

Falar de um pintor solar.

Repleto de imagens em desígnio profundo.

Não ser apenas um realejo de cores.

Atravessar a alma por dentro mesmo às escuras.

Alguns seres habitam no nada, habitam em tudo.

Sem os pés no chão gritam e inscrevem palavras na parte de fora

Cá longe escutamos com o olhar.

Um homem que pinta e escreve não lê o que pensa- diz.

Veste-se de telas e folhas, amanhece os nossos verões

Sempre há de acordar com a infância nas mãos

Habita na imobilidade sagrada dos que emocionam o ver

Decreta simples nulidades do tempo para existir no agora

Possivelmente o real gostaria de ser assim

Às vezes o único espaço é o fragmento da fala

De palavras inscritas acontecem grafias perplexas

A respiração do tempo não termina na tela, prolonga-a.

As imagens são de uma nocturna transparência que habitam a esperança

Tornar-se símbolo de si próprio, ou a palavra coerência ser correcta

Cozinhar ambivalências para preservar o simples

A pureza das formas contém as imagens da vida

Passou um cão amarelo com a memória às costas

Da Dona Aldeia ecoam vozes, cheiros e cores que a mão agradece

O entendimento não é rei aqui, demitiu-se para poder.

Ontem chegou a emoção ontem é muito longe significa o princípio

A metáfora é mensagem a mensagem é silêncio

A procura está para lá da imagem do pensamento imediato.

Neguemos a consciência do racional para interpretar

Os contrários povoam pinturas que dialogam em círculos.

O texto visual é repleto de códigos verbais e tudo.

Equilibram-se imagens no espaço de cima.

Para o pintor o mundo é admirável, nada mais.

Nunca ninguém esteve aqui para sempre

As imagens habitam transparências que levariam ao início.

Celebremos a lúcida vontade das infinitas possibilidades.

António Xavier